sábado, outubro 12, 2024

Sábado, 12.

Nos nossos dias, de democracias farfalhudas, governar é fazer espectáculo do mais ridículo e inconsequente que já não espanta ninguém, mas reduz à sarjeta todos os valores que as sustentam ou deviam suportar. Assim, depois de soltarem os cordões à bolsa apenas por meras estratégias políticas e de ganância do poder, os governos, quando instalados, logo subtraem ao cidadão, com desplante e indiferença, as esperanças que com leviandade ousaram prometer. Veja-se o caso da França, pais rico e contestatário, entrou em austeridade absoluta, com redução de ajudas aos mais necessitados e toda uma panóplia de quebra no investimento que vai pôr o país por alguns anos de joelhos ante a divida monstruosa que contraiu. Assim também entre nós. Montenegro, governando com o programa do PS, aprendendo com Medina, dá de um lado e tira do outro. O OE2025, com tantas cedências e ajustes, saiu uma manta de retalhos que de tanto puxar, descobriu os pés. Valham-nos, mais uma vez, as esmolas que vieram do exterior no pacote PRR. Somos e seremos sempre um país de pedintes. Imploro aos jovens que emigrem – isto não é lugar seguro para quem aspire à dignidade e ao futuro. A merdouille nacional habitual como diz Eugénio Lisboa.  

         - Já agora, se me permitem, aquela do arruaceiro Sr. Ventura, inventando factos para o protagonismo que se lhe vai exaurindo, afirmando que Luís Montenegro lhe prometeu um lugar no governo se aprovasse o OE, julgo tratar-se de mais uma boutade indispensável à alegria da ribalta. Depois de tudo o que o primeiro-ministro recusou, não só ao longo da campanha eleitoral, como na Assembleia da República, os dados estão lançados e não me parece que seja jogo de quem diz que está no poder para reorganizar a nação e depois o deixa para sempre. Este desprendimento não bate com a colagem que o Chega apregoa. 

         - Outro dia, aquela senhorita do Prós e Prós, entrevistou Mário Cláudio. Que tristeza! Que sensaborão tempo perdido! Que falta de humor! Que inexistência de tudo, do mais elementar, ao mais profundo! 

         - Ontem fui convidado pelo João para festejar o seu aniversário no La Brasserie de L’Entrecôte, ao Chiado. Almoço divertido, cheio de apartes, sem política (ufa!), tendo em conta o humor discreto da Marília em contraste com o do marido, inexistente. Boa confecção do bife e acompanhamentos, num restaurante vazio (nós e uma mesa de quatro comensais). O João gastou uma pipa de massa e honrou-me com bons momentos na sua companhia e da mulher, perdão, da esposa.