domingo, outubro 13, 2024

Domingo, 13.

A  verdade é que o Vasco Gonçalves II (o primeiro que “Deus o lá tenha”), com aquela voz que vai mudando à medida que a tensão lhe salta aos broncoceles, torna-se insuportável de ouvir. Ele ainda não percebeu que não possui habilidade nenhuma para gerir o partido e daí que os militantes se tenham apercebido do desastre de o haverem elegido e estejam hoje apreensivos e divididos. Tudo o que ele imputa ao PSD, foi, sem tirar nem pôr, o que os socialistas fizeram com aquele que vive à grande e à francesa, em Bruxelas. O desplante do homem, querendo deixar a sua marca na governação, é tal e tanto que os portugueses, numa próxima ida às urnas, vão acabar por dar a maioria ao PSD. Há tanta ambição pelo poder, tanta mediocridade para o alcançar, que todos se tornam cegos à luz da claridade que emana do equilíbrio, autoridade e competência. 

         - No Sudão a miséria campeia como água correndo para o mar putrefacto da desordem. Ali, há muito que os direitos humanos não são respeitados, que um milhão de pessoas deixou o país, que as guerras entre gangs perpetuam a desgraça e a morte. Os heróicos sudaneses, apesar de todo o sofrimento, continuam a lutar pela sobrevivência ou seja pela vida. 

         - Tomou posse o novo Procurador-Geral da República, sucedendo a essa mulher extraordinária que foi Lucília Gago. Uma tal personalidade na cena nacional é coisa rara, porque todos se amocham quando estão em causa o empregadinho, as mordomias, os penachos. Diz Amadeu Guerra que “rejeita alterações que ameacem independência do Ministério Público”. Esperemos que sim. E declarou-se "desfavorável, em termos gerais, a alterações legislativas levadas a cabo na decorrência de processos concretos, de forma precipitada, por vezes, sem justificação e sem ponderação, designadamente, dos efeitos e consequências que no futuro podem ocorrer". A ver vamos se é desta que os Sócrates desta terra farta para uns e avara para a maioria, conhecem a arte nobre da justiça.  

         - Vou dedicar o dia a pequenos afazeres caseiros. Desde logo um prato para arquivo e mais uns quantos frascos de compota dos meus dióspiros (a experiência auspiciosa da semana passada assim o exige). Vou também colher uma tonelada de romãs e tentar prepará-las para as congelar uma parte, e a outra oferecer. E, naturalmente, umas horas à leitura.