quinta-feira, julho 25, 2024

Quinta, 25.

Mais uma cidade espanhola reclama de excesso de turistas: Barcelona. “Xó daqui para fora!”, gritam nas ruas. Depois das Canárias, do Porto, e de tantos outros países que sacodem das ruas a multidão que viaja como gado, eis que o investimento dourado dos socialistas de Costa está transformado numa praga que ofende e empobrece e desloca das suas casas os pobres nativos. Só em Barcelona 12 milhões de almas despejadas na cidade ultimamente, andaram a vaguear suspensas do turismo de massa que não traz cultura, riqueza, troca de conhecimentos, comunhão entre povos, mas desgraça, atropelo, desenraizamento e abandono de vidas dos que sem desejarem têm à sua porta, nos seus cafés e restaurantes, nas praias e transportes públicos, um aluvião de gente apatetada que olha sem ver, observa sem a mínima curiosidade, goza tão só do seu próprio ruído, como do sol de perna aberta nas esplanadas, nos passeios e bancos dos jardins. Não vieram aqui, passaram simplesmente. 

         - Sempre que embarco no Fertagus no terminal Roma/Areiro, assisto a um empregado que no último vagão, depois de bloquear as portas, tranca-se na cabine e o comboio entra imediatamente em andamento. Não sei porquê, dou comigo a pensar se as modernas tecnologias permitem que o trem possa movimentar-se conduzido pela traseira, pois nunca vi o maquinista quando chega ao términos passar para a cabine da frente. Ontem tirei-me de cuidados e fui pôr a questão à simpática funcionária. Ela explicou-me que a locomotiva era manobrada pelo maquinista no sentido da partida e o facto de ela se enfiar na cabina de trás vinha da Covid; não obstante ela também dava conhecimento ao condutor de certos aspectos da linha férrea. Pedi-lhe desculpa pela minha ignorância e ela: “Pelo contrário. A mim admira-me a sua curiosidade.” Toma e embrulha, rapaz. 

         - Afinal tanta coisa “temos o maior jogador do mundo”, “como Ronaldo não há igual” “Portugal é Ronaldo” e outras balelas que inundam o orgulho balofo nacional, e vai-se a ver, o maganão nem no ranking dos 10 desportistas maiores de todo mundo está. Cristiano Ronaldo fica mesmo um ponto abaixo de Messi o seu rival. Para um arrogante e convencido como ele, é uma verdadeira afronta que os milhões não podem redimir.