quinta-feira, junho 27, 2024

Quinta, 27.

Julian Assange enfim liberto do calvário de uma década. O fundador da WikiLeaks  que desmascarou não só a senhora Hillary Klinton como o esquema “democrático” americano, e toda a vida kafkiana que o alicerça, pôde agora voltar para o seu país, a Austrália, aliviado de uma vida escrava da verdade que defendeu e da liberdade que lhe quiseram impedir de gozar, ele que devia ser honrado como herói mundial da autonomia da informação. 

         - Os barões da administração pública caíram da cadeira onde ressonavam todos os dias depois do almoço. O governo de Luís Montenegro acabou com aquela mordomia que lhes permitia só receber o cidadão mediante marcação, com tudo o que esta regra consentiu de abusos, prepotências e grosserias socialistas. Esta é mais uma bela decisão de um executivo que não pára de nos surpreender e de pensar em nós. Que diferença entre esta equipa e a anterior – os pseudo-socialistas!

         - Que tudo fizeram para que a pobreza conhecesse índices ainda mais perturbadores. 50 anos de democracia, não encontraram competência e interesse para acabar com estas tristes imagens (esta ontem na Rua do Carmo em pleno centro de Lisboa. Repare-se no pormenor do tapete para que a"cama" se conserve limpa.) Enquanto a riqueza e bem-estar de políticos, gestores, autarcas, banqueiros e quejandos cresceu, ao inverso a pobreza impôs-se descobrindo a democracia dos ricos e bem instalados na vida, o fosso entre a classe dirigente e os abandonados à sua sorte. Não me venham com esquerda e direita, socialismo, comunismo, liberalismo, apoio a cães e gatos, e outros ismos, quando o essencial da vida humana rasteja desta forma hedionda e atroz. 

         - Este nosso irmão que vive nestas condições, não pode alegrar-se com o Campeonato Europeu de Futebol onde os analfabetos jogadores ganham num dia o que o desgraçado do vão de prédio não ganha em toda a vida. Ele provavelmente não sabe que somos os maiores, que temos o maior jogador do mundo a correr no relvado, que somos grandes e heróicos, mas, apesar de tantas glórias, acabámos de perder por 2-0 com uma equipa que os comentadores (oh, os comentadores!) dizem ser muito inferior – a Geórgia. 

           - 16,25. Fui à piscina quase vazia de gente. Mas não é disso que desejo falar. Quero dar os parabéns ao meu jornal diário, o Público, que Putin mandou calar lá terra de escravos e ostracismo e escuridão onde vive. Não só este jornal foi proibido, como a RTP internacional, o Expresso, o Observador. A todos as minhas felicitações por serem a prova provada da vossa independência e liberdade de expressão. Esta medida da Rússia vem na sequência da UE haver proibido qualquer actividade radiofónica aos meios de comunicação social russos.  O PCP e associados, naturalmente, aplaude a atitude dos camaradas.