domingo, junho 02, 2024

Domingo, 2.

O Público é o meu jornal de referência. Nem sempre me satisfaz, mas como funciona no jornalismo como uma espécie de capoeira onde todos os galos cantam à sua maneira, eu, enquanto leitor, tenho a liberdade de escolher o mais belo bicho do harém. A maior parte nem jornalista é. São colaboradores especialistas disto e daquilo, com tendências partidárias várias, mais ou menos expostas, alguns se calhar até escrevem à borla só para se verem difundidos ou ter onde arremessar o baralho de cartas do seu querido partido. 

Em tempos idos, não apreciava as opiniões de Teresa de Sousa, mas hoje e de há muito, conto com os seus conhecimentos de política internacional para compreender melhor o mundo. Diz ela a propósito de Donald Trump: É um individuo sem um pingo de carácter, de moral ou de princípios. Tem um comportamento boçal e criminoso em relação às mulheres. Move-o apenas uma preocupação na vida – alimentar a sua personalidade narcísica, servir os seus interesse pessoais e económicos, impedir que a justiça o condene pelas quatro grandes acusações criminais que impendem sobre ele.” (...)  “como sabe até que ponto Trump põe em causa os próprios fundamentos da democracia americana  e o impacto gigantesco que a sua reeleição teria à escala global. A começar pela Europa. Putin esfregaria as mãos de contente.” Não tenho dúvidas.  Ele e Xi Jimping, o ditador da Coreia do Norte, e todos os partidos com ligações simpáticas e outras a Moscovo. 

         - Assim a revista que acompanha o jornal, ocupa-se de solidão. Com ela chega uma carrada de especialistas, sobretudo psicólogos, que dizem saber muito do assunto. Eu que sempre vivi solitário, talvez tenha qualquer coisa a dizer sobre o assunto. Todavia, de entre os que falaram, existe uma entrevista ao escritor Francisco Viegas. É ele que põem os pontos nos ii ao afirmar: “Há muito a ideia de que a família é um antídoto para a solidão, mas isso não é verdade. Muitas vezes, é o lugar onde a solidão é mais infeliz.”

         - Estou a pé desde as seis da matina. Para beneficiar da redução na electricidade (tenho quadro bi-horário) e sendo domingo, começo cedo as regas. Estas ocupam-me cerca de duas horas. Depois fui às mercas, assisti à missa, fiz o almoço e só descansei pelas duas da tarde. Quem disse que o campo é lugar do ripanço? Estou num forno. As temperaturas aqui não perdoam.