Domingo, 26.
O Parlamento está transformado numa arena de feras. Parece que pelos Passos Perdidos, os deputados do Chega chamam tudo o que há de mais obsceno às senhoras deputadas doutros partidos e até aos adversários masculinos não poupam com epítetos obscenos. Fazem-no quando as encontram sós, de modo que possam continuar as acusações e a travestirem-se de santos acossados pela ira da oposição. Que tem sido a principal força da sua força eleitoral. Um arroto de André Ventura vale mais do que as sessões laboriosas dos partidos de esquerda.
- “A história da Europa comunitária é hoje, quanto ao essencial, a narrativa de um falhanço a que o actual fenómeno das migrações, pela sua inesperada amplidão, veio dar a machadada final.
Tudo por junto, o que se tem vindo a verificar por parte da maioria dos povos que compõem as nações europeias é a progressiva rejeição de determinada configuração política (de que o Tratado de Lisboa é emblemático exemplo) imposta pelos sábios de Bruxelas e meia dúzia de políticos apressados, à revelia as mais das vezes desses mesmos povos.” Quem assim fala, é o nosso embaixador Marcello Duarte Mathias no seu diário, A Desoras, pág. 60.
- Curiosamente, eu, não ando tão incrédulo quanto à UE como andei anos a fio, quando éramos tratados por povo gastador, pouco trabalhador e feliz debaixo das quatro estações solheirentas do ano. Quem desbloqueou em mim essa descrença quando se impôs por todos nós aos mandões capitalistas de Bruxelas, foi Mário Centeno. Foi ele que forçou a dignidade do pequeno povo nos limites da Europa ao bater o pé com competência a Wolfgang Schäuble.
- Eu sou dos pensam que as esquerdas são provincianas, conservadoras e burguesas, mas quem põe o ponto final em tudo quanto tenho dito sobre elas, é João Miguel Tavares há dias no Público: “A esquerda adora o povo – só lhe falta confiar nele.”
- Tempo lindíssimo, tarde quente sem ferir, felicidade por viver no campo cheio da energia que a cidade rouba a quem nela habita. Vou ver e ouvir a ARTE no seu tradicional domingo de música clássica.