segunda-feira, junho 16, 2025

Segunda, 16.

Ontem, como na véspera tinha trabalhado que nem um negro, dei-me ao luxo de nada fazer. Então, tomei o fertagus sem passageiros, almocei no C.I. e depois fui ao cinema como se fazia noutros tempos quando a vida era reduzida de horizontes, mas nem por isso monótona. O que apreciei não foi o filme que, não sendo destituído, não era obra prima. Falo de A Prisioneira de Bordéus. Em cena Isabelle Huppert e Hafsia Herzi ambas óptimas atrizes e no enredo iguais na imoralidade de vida, apesar de opostas nas origens sociais. 

         - A América é hoje um país à revelia da sua moralidade ingénua. Com Trump, em tão pouco tempo, está irrreconhecida. Abateram-se os pilares democráticos, morais, sociais e campeia por todo o lado a desordem, a violência, o salve-se quem puder. Nestes dias, um casal de democratas foi assassinados e um autarca sofreu o mesmo destino, milhares de imigrantes obrigados com violência a deixar o país, a polícia está nas ruas, os militares por todo o lado. Donald Trump é o senhor absoluto, o soberano a quem todos os norte-americanos se vergam. Deram-lhe uma vitória impressionante, agora sentem-se traídos. 

         - Uma amiga telefonou dizendo-me que sou citado no Diário de Vergílio Ferreira em reedição (penso) pela Quetzal. Estou safo. Alcancei a imortalidade.  

         - Também por aqui ela me bate à porta. Volta que não volta, aparece alguém, empresa ou empresário, a propor-me uma quantia para exibir na página de abertura um qualquer produto. Recuso e bloqueio o número.