Terça, 27.
José Luís Carneiro decidiu avançar sozinho para a presidência do PS. O seu gesto, deu para perceber como o partido está dividido, formando-se agora três facções distintas: a de António Costa que cantou loas com a saída de Vasco Gonçalves, a deste, a do próximo secretário-geral. O mulherio socialista tem muita força no seio daquela correnteza de homens gastos e embrulhados numa vida contraditória àquilo que apregoam e desejam para o comum dos mortais. De todos, Luís Carneiro parece-me o mais sensato, o que se distingue pela clareza das ideias e actos políticos. A ver vamos se os outros o deixarão governar. Isto porque em Portugal, fazer política não é pensar na nação, nos portugueses, no futuro do país, é abrir em continuo um campo de batalha entre uma espécie de gangsters eternamente ambiciosos.
- O socrático senhor Augusto Santos Silva, que de manobras é mestre, no artigo hoje publicado no Público (que diz ter hesitado em aceitar o convite...), remexe e remexe nos mesmos esquemas mentais que povoam os socialistas saudosos da governação de José Sócrates, perdão, do engenheiro socialista. Há, todavia, um fundo moral que perpassa naquilo que escreveu, mas que a mim não me convence. O seu juízo pressupõe um agigantar-se de disposição para voos mais altos, quiçá uma candidatura a Belém. De uma maneira geral, o pensar socialista é o mesmo, porque o inimigo é a extrema-direita e ele e os camaradas não conseguem compreender como foi possível estarem hoje na terceira posição do espectro político – eles que governaram o país praticamente desde o 25 de Abril e pelos vistos o país permanece o que sempre foi.
- Já não vendo este domínio. Agora que um homem andou aí o dia inteiro a alindar em torno da casa e já posso observar a beleza de um recinto limpo e arejado, abandono o aceno de uns milhões que em verdade não servem para coisa nenhuma.
- “Qual é que é...” dizem os senhores doutores, os deputados, os locutores, os apresentadores de rádio e TV, os jornalistas, os jogadores de futebol, os médicos, os meteorologistas, os advogados, os jovens das escolas e decerto também os professores... É “Impactante” mas é assim que o português rasteja neste pobre país.