quinta-feira, janeiro 30, 2025

Quinta, 30.

Há uma história que me inquieta desde que o guru dos tempos modernos, senhor Yuval Noah Harari, judeu nascido em Israel, disse a uma jornalista do canal 3 da RTP que o entrevistou, que Deus é uma criação humana e que na Bíblia não há nenhuma exposição física d´Ele e, portanto, subentendido todas as pinturas e imagens que conhecemos são invenções dos artistas. É verdade que tanto no Antigo Testamento pelo qual a vedeta se orienta, como no Novo Testamento em que os judeus não se revêm, eu que me orgulho de ter lido com atenção o Livro Sagrado, também não conheço nada que possa orientar-me no sentido de conhecer a imagem de Deus. Todavia, se não conhecemos Deus, conhecemos o seu filho Jesus Cristo. Ninguém nega a sua passagem por este mundo, a Antiguidade Romana e os seus contemporâneos, viram-no, Pôncio Pilatos que era governador romano, cedendo às teorias dos influentes fariseus, condenou-O à morte na Cruz. Mas que diabo! Jesus Cristo viveu 33 anos e durante a sua vida, andou de terra em terra a pregar a boa nova. Viveu nos meio dos seus seguidores, entrou nas sinagogas, foi, portanto, alguém que se expôs. Os doze Apóstolos privaram com Ele, estiveram reunidos no derradeiro banquete antes da crucificação. Séculos depois da sua subida aos céus como nos narram as Escrituras, foi encontrado o Santo Sudário uma peça com 4,40 m de comprimento e 1,10 m de largura, com os signos que cobriram o corpo de Jesus Cristo na noite de 3 de Abril do ano 33 após a descida da Cruz. O que se distingue no pano de linho exposto em Turim, não dista nada (ou muito pouco) do que os seus contemporâneos e artistas descreveram e perpetuaram. Há anos, o historiador francês que eu aprecio muito, Jean-Christian Petitfils, anota: “Disons-le sans ambages, le saint suaire ou linceul de Turin présente toutes les caractèristiques de l´authenticité. Le doute, aujourd´hui, n´existe plus. C´est la science que le dit, car l´histoire, malheuresement, ne permet pas de remonter de façon certaine aux origines.” Nada acrescento, a não ser o facto de ser do restrito domínio da fé, o desaparecimento do corpo de Jesus Cristo do lugar onde havia sido abandonado pelos soldados romanos. 

         - Não me calo. Que este registo seja não só a exposição do seu autor, como a sua indignação face a uma classe política que perdeu completamente a consideração pelos seus concidadãos que juraram respeitar. A maior parte das procissões que pelos tribunais tem passado ao longo da nossa democracia, e foram tantas, encorpou quase gente do PS e do PSD. E não me venham com a ideia de que nem todos são subornáveis – poucos, afinal, são honestos. O último é um senhor que foi Presidente da Câmara de Bragança (já na altura com problemas) e estava adjunto à elaboração da Lei dos Solos, e que à margem se apressou a abrir duas empresas com a mulher e as filhas de compra e venda de propriedades e prédios rústicos. São escândalos sobre escândalos. Mas que importa, quando a grandeza e a honorabilidade são coisas do passado e a banalidade entrou no conceito corriqueiro do natural. Claro que o senhor Hernâni Dias, secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, como todos os outros nas mesmas condições, diz-se inocente. 

         - Não tenho a certeza se o trabalho que tenho desenvolvido nestes derradeiros dias no romance, não terá de ser riscado com a exaltação de quem põe em dúvida o tempo precioso da sua criação.  

         - Depois da depressão Catarina, chegou o Ivo. Tanto ela como ele, deixaram a sua cólera por todo o lado, sobretudo no Norte, onde inundações e ventos ciclónicos, destruíram tudo o que puderam à sua passagem. Prometem-nos dois dias de sossego. A seguir uma outra qualquer calamidade se apresenta aparentemente humana se atendermos ao seu nome.