domingo, janeiro 05, 2025

Domingo, 5.

Por aqui andou o diabo à solta. Quando deitei o nariz de fora, não reconheci o espaço que me é familiar, o vento e a chuva tomaram conta dele e o barulho que o par expelia introduzia um susto que me suspendeu à janela do quarto. O pior foi quando mais tarde tentei ir ao café comprar o jornal. Fui literalmente barrado ao portão por uma espessa camada de húmus caído dos sobreiros que tenho à entrada, atapetando o chão e impedindo o portão de abrir. Apenas com o pequeno-almoço, outro modo não tive que me aplicar com uma pá e varrer aquela almofada fofa que se estendia por uns largos metros quadrados. Saí da operação exausto. Ainda por cima chovia e a desolação da manhã entrou em mim e fez de mim um pobre coitado abandonado à sua sorte. Agora que a dor lombar parecia querer desaparecer, este esforço veio agravá-la. Oh! 

         - O mundo está suspenso do dia em que Donald Trump toma posse. Como se todos os males viessem dele ou com ele tivessem nascido. O pobre coitado que deixa o cargo de Presidente dos EUA, não o melhorou de nenhuma forma. Pelo contrário. A sua governação trouxe imensas tragédias como as que se instalaram no Afeganistão por ele abandonado à sua sorte, na Faixa de Gaza, Líbano e em todo o Médio Oriente. Para não falar dos cozinhados internos com cargos para este e para aquele. 

         - Os camaradas já não sabem como se desfazer do Vasco Gonçalves. Na coluna do Público, aquele que untou as costas a António Costa, ao ponto de chegar a ministro, imagina-se!, da Cultura (entre mais uns continhos de reis por aqui e por ai), advoga que o secretário-geral do PS devia concorrer à Câmara de Lisboa e dá o exemplo de Jorge Sampaio. 

         - Não desando daqui, sem deixar aos meus leitores a incumbência de lerem o artigo de David Scarso sobre Elon Musk. É dele o melhor que o Público hoje traz: “Esta dinâmica (a do “génio” americano) é sustentada por um modelo que eleva o individualismo competitivo ao estatuto de virtude suprema.” Está tudo dito.