Segunda, 29.
Não tenho a certeza que seja a senhora Kamala Harris, eleita à última hora do xadrez político americano, venha a ser a Presidente dos EUA. Os jogos de poder são muitos, estão embrulhados em interesses vários, e a política está hoje irrespirável por lado. A técnica de Trump é a que prevalece, porque se afirma mais solta, menos conciliadora (aparentemente) com o status quo. Trump não tem princípios a defender, é boçal à maneira de milhões se seres humanos onde a cultura nunca entrou, e por isso facilmente levados pelas “verdades” dele e do seu arguto segundo. Por outro lado, leva a vantagem comummente aceite, de que houve intervenção divina no atentado (misterioso, politicamente) contra ele. Mais: o povo americano, católico à maneira dos infelizes, aceita que este desvio da bala é sinal que Deus o escolheu para dirigir os destinos da imensa nação americana. Vou citar Cícero que de lá longe, dos anos Quarenta, quando ainda o povo romano não enxergava o Deus único, convivendo com centenas de deuses que acudiam nas mais diversas situações, pois tinha um deus para tudo, por exemplo para os dedos dos pés, a hora do dia e por aí adiante e ainda S. Paulo não havia chegado com a Palavra dos Evangelhos, nos pode, contudo, esclarecer a nós dois mil séculos depois.
“Que autoridade pode arrogar-se essa espécie de delírio a que chamais “divino”, que dá a um louco a capacidade de discernir o que um sábio não consegue, que dá facilidades divinas a quem perdeu as humanas.” Interrogava-se Marco Cícero algures nos seus diálogos acerca da praga que assolou por muitos anos Roma – augúrios, adivinhos, profetas e quejandos.
- O que se temia já está no terreno: o confronto entre Israel e o Hezbollah. O ataque de sábado sobre os Montes Golã, matou pelo menos uma dúzia de crianças que jogavam à bola num campo aberto. Dizem os entendidos que este foi o pior ataque contra civis israelitas. Netanyahu promete vigorosa resposta. E assim passam os dias e daqui a nada um ano.
O querido camarada de José Sócrates, ditador de esquerda à frente da Venezuela, contra todas as expectativas da nossa imprensa falada e escrita, que durante a campanha prometeu um banho de sangue se não ganhasse as eleições, acaba de cantar vitória com mais de 50 por cento de votos. A oposição, como manda a regra, contesta. Fala de falcatruas. O nosso Bugalho está calado, não pôde ir conhecer o país porque o ditador o impediu, a ele e mais uns quantos do parlamentares europeus, de entrar no pais. A vedeta ululou.
- Não sei como nem porquê, logo pela manhã, antes de a Piedade chegar, estando o tempo mais para chuva, decidi ir cortar a erva que tinha crescido imenso em frente à casa. É a quarta vez este ano. Não imaginava ter tanta força. Sobretudo devido ao meu estado depressivo, com a ausência do romance, única razão de todos os entusiasmos. Que mais? Fui à natação. Não havia uma só alma naquele tanque azulado, Só eu nadei durante uma hora sob o olhar do nadador-salvador, aquele que se rapou da cabeça aos pés e não deixou um único pelinho para amostra no corpo banal. Se ele esteve de olho em mim, estive eu depois no balneário de olho nele – não fosse o diabo tecê-las... Olé!