terça-feira, junho 18, 2024

Terça, 18.

Curioso introito de Jean d´Ormesson no seu livro póstumo, Un hosanna sans fin: “Grâce à Dieu, je vais mourir.“ 

         - Ontem de tarde dei um salto a Lisboa. Em pouco tempo, almocei na Baixa, encontrei-me com o João Reino, fui à CGD, ao Celeiro fazer uma compra, ao C.I. buscar o jantar. A perna marota ressentiu-se, mas eu não lhe liguei nenhuma. 

         - A França é a minha segunda pátria e, por vezes, a primeira. Estou curioso em saber o que vai sair da cartola de Macron no tocante à antecipação das eleições legislativas. Um monstro já subiu das profundezas da morte: François Hollande. Anafado, com aquela cara idiota de onde emerge um sorriso à Durão Barroso, todo ele se pavoneia por entre as memórias sinistras do passado. Ressuscitará ele com a cauda socialista que com ele havia sido sepultada? Mistério. Quem me tem surpreendido pela positiva, é Gabriel Attal. O rapaz tem substância e talento. A esquerda de Melenchon está como sempre perdida no lodaçal de doutrinas que o século XIX enterrou. Quer-me parecer que é a direita onde se agiganta um chouchouzinho todo presunçoso (tipo Bugalho, mas menos saloio), sem preparação nem personalidade, mas por quem correm os patetas que o seguem nas redes sociais. Todos têm apenas duas semanas para mostrarem ao que vêm. Diga-se de passagem que são suficientes. Não só o Planeta agradece, como os cidadãos fartos de os ouvirem todos os dias, semanas, meses e anos. Eu que espero não me cruzar na outra vida com aquela criatura repugnante socialista, que apelidava os pobres de miseráveis sem dentes, implantei dois frisos de bela dentadura não vá o diabo tecê-las...  

         - Por cá estamos em constante campanha de assalto ao poder. Não há sossego, ninguém tem tempo para pensar, organizar, projectar. Vivemos uma espécie de crise permanente que o povo, para defender a sua saúde mental, se remete para as euforias do futebol, a juventude para os escombros da música. Atente-se na ministra da Saúde. De todos os lados organizam-se estratégias para afastar a senhora. Pacheco Pereira diz que ela é acérrima contra os socialistas; um outro comentador ou jornalista vá-se lá saber, dizia no Observador que devia ser corrida. No entanto, grosso modo, e em tão pouco tempo, a governante fez mais e melhor que o anterior ministro da pasta, Dr. Manuel Pizarro, que foi um desastre e ainda por cima dirigido pelo competente e grande personalidade, Dr. Fernando Araújo. Bom seria que este se tivesse entendido com a Dra. Ana Paula Martins. Porém, quem eu não esqueço, é o Dr. Adalberto Campos Fernandes. Que personalidade! 

         - António Costa está periclitante para o cargo que tanto ambiciona e para os trinta e tal mil euros que a coisa arrecada mensalmente. Eu sou contra a escolha devido à péssima governação do nosso país nos últimos oito anos, ao estado em que deixou Portugal. E mais: não concordo com estas escolhas políticas, assentes em conluios de toda a espécie. Os três principais órgãos da União Europeia, deviam acontecer por eleição directa quando da escolha dos eurodeputados.